A indústria por detrás dos animais domésticos
Neste momento (princípio de 2000) existem na Holanda (além de 16 milhões de
povos) uns 15 milhões de animais de estimaçäo. Há mais de 1700 lojas especializadas onde se podem
comprar os animais e/ou os artigos relacionados. Gasta-se cada ano cerca
de 600 milhões de florins em animais domésticos dos quais 87% em cäes e
gatos. Como assim se vê, por trás dos nossos animais domésticos floresce uma
grande indústria. Näo só para criar os animais, para os capturar ou para
os manter em asilos, mas também para a produçäo e venda de artigos
acessórios como comida, gaiolas e brinquedos. |
|
Um porquinho da india numa gaiola. O seu território reduz-se a 0.15 m² (30 x 50 cm). Na natureza este teria pelo menos 200 m², umas 1250 vezes maior |
Os animais säo criados e produzidos de forma adaptada aos caprichos
humanos. Usando técnicas de marketing os vendedores continuam a
persuadir cada vez mais pessoas a comprar "um bichinho muito querido".
Aqui tal como na bio-indústria verifica-se uma ampliaçäo de escala e
exageros de selecçäo dos criadores, com todas as consequências
relacionadas. |
|
Um coelho angora. Apenas um dos muitos "modelos" de coelhos à venda hoje
em dia. O homem decide o que acha bonito, e re-cria o animal por meio de
excessos de selecção reprodutiva. Pouca ou nenhuma atenção é concedida
aos interesses do animal em si. |
Algumas espécies, sobretudo as exóticas säo roubadas ao seu ambiente
natural. Só para a Holanda destinam-se uns 22 milhões de animais por
ano. Em média, 1 a 3 por cento desses morre durante o transporte e
em depósitos, ou seja uns 220.000 a 660.000. No caso das aves morrem
50 a 60%. Os animais que sobreviverem a viajem esgotante, väo passar o
resto da vida engaiolados só para o prazer humano. |
|
Um funcionário da Alfndega com uma "colheita" de animais exóticos.
Anualmente e apenas na Holanda uns 22 milhões de animais exóticos são
roubados ao seu ambiente natural. |
Muitos animais passam toda a vida fechados num espaço exíguo. Por
exemplo os pássaros, os coelhos, os porquinhos da índia, os peixes.
Estas condições näo estäo de acordo com a sua natureza, e práticamente
näo têm a possibilidade de viverem conforme as suas necessidades
naturais. |
|
O espaço onde vive um coelho nesta "espaçosa" caixa tem pouco mais de
0.5 m² (52 x 107 cm). Ou seja cerca de 9 folhas de papel de A4. Os
coelhos bravos dispõem normalmente dum espaço vital de cerca 300 m².
Isto é umas 600 vezes maior! Assim passa o animal a sua vida inteira.
Näo tem espaço para o seu comportamento natural, como fazer tocas,
contactar com outros coelhos, ou comportamento sexual. |
O asilo dos animais
Muitos animais väo para um asilo quando as pessoas já näo podem ou
querem cuidar deles. Isto é o que acontece com cerca de 2% de todos os
cäes e gatos. Näo parece talvez muito, mas devido ao enorme número de
cäes e gatos, trata-se contudo de uns 70.000 a 80.000 animais. |
|
Funcionária num asilo para gatos. Estes animais säo muitas vezes
abandonados por falta de tempo, vontade ou possibilidade dos donos de
deles continuar a tratar. |
Muitos ainda têm a sorte de chegarem a um asilo, porque também acontece
serem abandonados à sua sorte algures, por vezes nos bosques. No asilo
está à sua espera uma vida confinada a uma cubículo, sós ou em grupo,
mas seja qual for o caso, o espaço é demasiado reduzido para o animal se
poder comportar naturalmente. Os gatos säo regra geral castrados, mas
também os cäes o säo por vezes. Os animais estäo condenados a ficar à
espera até que alguém passe que os ache suficientemente engraçados,
bonitos ou que tenha tanta pena deles que os leve para a sua casa.
Quando o asilo está superlotado alguns säo abatidos, geralmente por
meio duma injecçäo. |
|
Cäo num asilo |
Decoraçäo e/ou instrumento de tortura? |
|
Temos o direito de reduzir um animal a isto?
Conclusäo: Animais de estimaçäo? |